A dor do luto é algo que todos nós enfrentamos em algum momento da vida. No entanto, a visão espírita nos ensina que, após a morte, os laços com o mundo material continuam a existir, mesmo que de forma diferente. Este momento delicado traz reflexões profundas sobre como os espíritos percebem o luto de quem ficou. O que será que eles sentem? Eles podem ver seu próprio velório?
A morte é, sem dúvida, um dos maiores mistérios da vida. A transição do corpo físico para a vida espiritual desperta uma série de questões e curiosidades, sendo uma delas: quem morreu pode ver o próprio velório? Esse é um tema que tem gerado discussões e dúvidas ao longo do tempo, tanto no meio espiritualista quanto entre pessoas que buscam um entendimento mais profundo sobre a vida após a morte. Se você já se perguntou sobre isso, está em um bom lugar para entender melhor a visão espírita sobre o assunto.
A doutrina espírita, codificada por Allan Kardec no século XIX, é clara em suas explicações sobre o que acontece com o espírito após o desencarne (morte do corpo físico). Segundo o Espiritismo, a morte não é o fim da existência; ela é apenas uma transição para um novo estado de vida, onde o espírito continua sua jornada, agora no plano espiritual.
Kardec, em sua obra “O Livro dos Espíritos”, responde a diversas questões sobre a morte e a vida após ela, afirmando que o espírito mantém a sua individualidade, ou seja, ele não se dissipa ou se perde no momento do desencarne. Esse espírito, embora liberto do corpo físico, não perde a consciência e segue seu processo evolutivo no além.
Agora, voltando à pergunta que instiga a muitos: quem morreu pode ver o próprio velório?
Para responder a isso, é importante considerar alguns pontos-chave da doutrina espírita. Em primeiro lugar, o Espiritismo não fornece uma resposta única e definitiva sobre se o espírito pode ou não estar consciente do momento do velório, mas há algumas orientações que podem ajudar a esclarecer o assunto.
Segundo as obras de Allan Kardec, após a morte, o espírito pode ter a capacidade de perceber o que ocorre no mundo material, mas essa percepção depende de vários fatores, como o grau de evolução do espírito e o estado em que ele se encontra logo após a morte. Em muitos casos, o espírito passa por um período de adaptação ao novo plano de existência, e esse período pode incluir uma sensação de desorientação.
O processo imediato após a morte física pode variar de espírito para espírito. Quando alguém morre, o espírito, na grande maioria das vezes, não é imediatamente separado de seus laços com o mundo físico. Essa ligação pode fazer com que o espírito tenha uma percepção dos eventos que ocorrem no plano material, como o próprio velório. No entanto, essa percepção não é da mesma forma como uma pessoa encarnada experimentaria a realidade.
Em casos em que o espírito está ainda muito apegado à vida material, ele pode se aproximar do corpo físico e perceber as cenas do velório. Muitas vezes, o espírito vê o sofrimento dos familiares e amigos, mas ele também pode se sentir confuso, sem entender completamente o que está acontecendo. Em alguns relatos, espíritos que ainda não compreenderam sua nova realidade tentam interagir com os vivos, sem sucesso, pois eles estão em um plano diferente, o plano espiritual.
No entanto, para espíritos mais evoluídos, a percepção do velório pode ser menos intensa. Eles tendem a estar mais desapegados das questões materiais, compreendendo a transição como uma mudança natural. Esses espíritos, ao se desligarem do corpo físico, já têm uma visão mais clara sobre o processo de morte e, muitas vezes, não se importam com os eventos terrenos que acontecem após seu desencarne.
Por outro lado, para aqueles que estão mais ligados ao mundo material, essa experiência pode ser um pouco mais confusa e dolorosa, pois há um processo de adaptação ao novo estado de existência. Nesse sentido, muitos espíritos são relatados como tentando se comunicar com os vivos, mas sem sucesso, já que ainda não possuem a clareza necessária sobre o novo plano de existência.
A doutrina espírita também fala sobre a limitação dos sentidos dos espíritos logo após o desencarne. Em “O Livro dos Espíritos”, Kardec questiona sobre a capacidade dos espíritos de perceberem os acontecimentos no mundo material. Os espíritos respondem que, inicialmente, eles têm uma percepção bastante limitada e muitas vezes estão envolvidos em uma espécie de “neblina espiritual”, especialmente logo após a morte. Isso faz com que sua capacidade de perceber eventos, como o próprio velório, seja variável, dependendo do nível de evolução espiritual de cada um.
Os espíritos superiores, ou seja, aqueles que já alcançaram um nível maior de evolução moral e intelectual, não têm mais o apego às coisas materiais e, por isso, não têm o desejo de ver o próprio velório ou qualquer outro evento terrível que envolva sofrimento. Para eles, a morte é apenas uma parte do ciclo natural da vida, e eles estão mais concentrados em sua evolução espiritual do que nos eventos do plano material.
Há também o fato de que, muitos espíritos, especialmente os mais evoluídos, não se comunicam diretamente com os vivos, pois isso não é mais necessário para o seu processo de crescimento. Eles compreendem que a comunicação com o mundo físico não é relevante para a sua evolução e preferem continuar sua jornada no plano espiritual.
Entretanto, alguns espíritos que ainda estão vinculados a pessoas ou situações materiais podem tentar enviar sinais aos entes queridos que ficaram. Isso é mais comum quando a pessoa desencarnada tem uma forte ligação emocional com quem ficou para trás. Nessas situações, o espírito pode tentar, de alguma forma, se manifestar, mas muitas vezes isso acontece em uma forma sutil e não em uma percepção clara e nítida de ver o velório.
A resposta para a pergunta se o espírito pode ver o próprio velório não é simples. A doutrina espírita nos ensina que a experiência pós-morte pode ser muito diferente para cada espírito, dependendo de seu grau de evolução e do estado emocional em que ele se encontra logo após a morte. Em muitos casos, o espírito pode sim ter uma percepção do que está acontecendo no mundo material, mas essa percepção não é da mesma forma como uma pessoa encarnada perceberia. A visão do velório pode ser limitada, confusa ou até mesmo irrelevante para aqueles que já estão mais afastados das preocupações materiais.
O mais importante é entender que, de acordo com o Espiritismo, a morte é uma transição para um novo estado de existência, onde o espírito continua sua jornada de evolução. O luto e as questões relacionadas à morte são naturais, mas o Espiritismo nos convida a olhar para a morte com a visão de que ela não é o fim, mas sim uma nova fase da vida, onde o espírito continua a aprender, crescer e evoluir.
Você já acordou sentindo que recebeu uma visita especial em seus sonhos, alguém querido que…
Você já ouviu falar da Mesa Branca no contexto do Espiritismo, mas ainda tem dúvidas…
Você já se perguntou como saber se a pessoa que faleceu realmente está bem? Esta…
Você já se perguntou se realmente é possível que um ente querido que já partiu…
Você já se perguntou qual é o verdadeiro papel da alegria na busca pela felicidade…
Você já acordou de um sonho vívido onde um parente falecido apareceu para você? Esse…