Curiosidades

Carta psicografada revela recado arrepiante de Isabella Nardoni

Descubra o que a doutrina espírita pensa sobre cartas psicografadas e o caso de Isabella Nardoni, com base na mediunidade de Sandra Regina Guimarães. Entenda o que o espiritismo revela sobre essa prática e o que a doutrina diz sobre a comunicação com os espíritos.

O caso de Isabella Nardoni, que foi teve a vida ceifada em 2008, permanece como um dos mais emblemáticos na história criminal brasileira. Quando uma carta psicografada alegadamente atribuída à jovem Isabella foi revelada pela médium Sandra Regina Guimarães, o evento gerou tanto perplexidade quanto curiosidade, especialmente entre os que estudam o espiritismo e suas práticas. Mas o que exatamente a doutrina espírita diz sobre esse tipo de comunicação? Será que a psicografia realmente pode transmitir mensagens de espíritos falecidos, ou é apenas uma questão de crença pessoal?

Para entender melhor o fenômeno das cartas psicografadas e a perspectiva do espiritismo sobre o caso de Isabella Nardoni, é necessário adentrar no que a doutrina espírita tem a ensinar sobre a vida após o desencarne, a comunicação entre os vivos e os desencarnados, e a validade das mensagens transmitidas por médiuns.

O que é a psicografia?

A psicografia é um tipo de mediunidade em que o médium escreve mensagens, muitas vezes relacionadas a entes falecidos, recebidas de espíritos. Segundo a doutrina espírita, os médiuns possuem a capacidade de se comunicar com os espíritos desencarnados, que transmitem mensagens através deles. Essas mensagens podem variar de simples recados a reflexões mais profundas sobre a vida após o desencarne, arrependimentos ou ensinamentos espirituais.

No caso de Isabella Nardoni, a psicografia se tornou um tema de grande repercussão, especialmente porque a jovem vítima de um crime brutal teria supostamente enviado uma mensagem para sua família através da médium Sandra Regina Guimarães. O conteúdo da carta foi considerado por muitos como arrepiante, com detalhes específicos sobre o momento de seu desencarne, o que gerou um grande impacto entre os familiares e simpatizantes da causa.

A visão do espiritismo sobre a psicografia

O espiritismo, codificado por Allan Kardec no século XIX, aborda a comunicação com os espíritos de forma clara e estruturada. Segundo a doutrina, a mediunidade é uma faculdade natural do ser humano, e a comunicação com os espíritos desencarnados é uma parte fundamental do processo de evolução espiritual. A psicografia, como uma forma de mediunidade, é tratada com seriedade dentro dessa tradição, sendo vista como uma possibilidade legítima de comunicação com os espíritos.

Allan Kardec, em sua obra O Livro dos Médiuns, esclarece que a psicografia não é um processo simples ou infalível. Para que uma mensagem psicografada seja realmente atribuída a um espírito, é necessário que haja um conjunto de características que atestem sua autenticidade, como a coerência e a profundidade da mensagem, bem como a ausência de qualquer tipo de interesse material por parte do médium.

No caso de Isabella Nardoni, muitos seguidores da doutrina espírita se perguntaram sobre a autenticidade da carta psicografada. É importante destacar que o espiritismo não adota uma postura de aceitação irrestrita de qualquer mensagem psicografada. Para que a psicografia seja considerada válida dentro do espiritismo, é necessário avaliar a qualidade da comunicação e o contexto em que ela ocorre. A mediunidade, portanto, não é uma via simples e direta de comunicação; ela está sujeita à influência de diversos fatores, como o estado emocional do médium e a afinidade entre ele e o espírito comunicante.

O caso de Isabella Nardoni e a psicografia

Psicografia de Isabella Nardoni (Foto: Reprodução/ Internet)

A carta psicografada atribuída a Isabella Nardoni foi revelada pela médium Sandra Regina Guimarães, e seu conteúdo gerou grandes discussões, especialmente pela forma como descrevia detalhes do crime. O teor da carta sugeria que Isabella, em sua comunicação do além, estaria tentando fornecer informações sobre o ocorrido e até sobre a situação de sua alma após ter desencarnado.

Esse tipo de mensagem gerou divisões entre os adeptos do espiritismo e outros grupos religiosos ou céticos. Muitos espíritas acreditam que a mediunidade pode permitir que os espíritos se comuniquem e tragam esclarecimentos, mas a doutrina espírita também ensina que nem todas as mensagens psicografadas são necessariamente de origem espiritual verdadeira. Kardec alertava para o fato de que a mediunidade deve ser exercida com discernimento, pois espíritos de diferentes níveis de evolução podem se comunicar, e nem todos possuem a intenção de transmitir mensagens construtivas.

Trechos da carta

De acordo com a declaração da médium Sandra Regina Guimarães, a carta psicografada começa com uma declaração de amor profunda e direta: “Mamãe, quero que saiba o quanto penso em você e te amo.”, mostrando a forte conexão afetiva que o espírito atribuído à menina mantém com a mãe.

Ela segue expressando a presença constante das lembranças, ressaltando que as “músicas de ninar” continuam vivas em sua mente, acompanhadas pelo hábito de cantar para si mesma quando está só, como revelado em: “Suas músicas de ninar ainda estão na minha cabeça e eu canto para mim mesmo quanto eu estou sozinha”.

As recordações trazem um tom de ternura e saudade, com a menina enfatizando: “Lembro de você. E estas lembranças são tão especiais”, e destacando detalhes sensoriais como “Lembro-me do seu sorriso, do seu cheiro e do seu abraço aconchegante”, o que reforça a intensidade da memória emocional.

A carta também reafirma a fé e o cuidado da mãe, mesmo à distância, por meio da oração: “Mesmo estando longe, eu sei que você está cuidando de mim em suas orações, assim como sempre fez”.

Um momento de forte emoção é gerado com a frase: “Eu sinto o seu amor à distância e é isso que me dá forças todos os dias.”, demonstrando que esse amor materno é fonte de sustentação e energia espiritual para a menina.

Por fim, a psicografia transmite tranquilidade ao assegurar o bem-estar: “Sei que você faria qualquer coisa para me ver feliz, e é por isso que quero que você saiba que eu estou bem, muito bem”.

E a mensagem se encerra com uma promessa de reencontro e vínculo eterno: “O dia em que voltarei está próximo, e jamais me separarei de ti por nada deste mundo”, trazendo conforto e esperança para quem recebe a carta.

A posição do espiritismo sobre a veracidade da carta

A doutrina espírita, conforme apresentada nas obras de Allan Kardec, não se pronuncia diretamente sobre casos específicos de psicografia, como o de Isabella Nardoni. O espiritismo não atribui automaticamente veracidade a todas as mensagens psicografadas, sendo necessário que se faça uma análise crítica do conteúdo. A mensagem psicografada de Isabella, portanto, deve ser entendida dentro do contexto da mediunidade, que não garante a autenticidade de todas as comunicações, principalmente quando o médium não segue os princípios da doutrina espírita com rigor.

Kardec, em O Livro dos Espíritos, ensina que, para que uma comunicação seja considerada autêntica, ela deve trazer conteúdo moral elevado e estar em conformidade com os princípios da doutrina. Se a psicografia não promove a moralidade, a reflexão espiritual ou o progresso da pessoa que recebe a mensagem, a autenticidade do espírito que a transmite pode ser questionada.

O espiritismo e a visão sobre a vida após o desencarne

Dentro da doutrina espírita, a vida após ter desencarnado é vista como uma continuidade do processo evolutivo. Os espíritos desencarnados continuam sua jornada de aprendizado e purificação, e a comunicação com os vivos pode ocorrer por meio de médiuns, como uma forma de oferecer conselhos, alertas ou conforto. No entanto, as mensagens dos espíritos não devem ser vistas como verdades absolutas ou infalíveis, mas como uma ferramenta para o progresso espiritual tanto do médium quanto do receptor.

A questão de se o espírito de Isabella Nardoni teria ou não enviado uma mensagem através de Sandra Regina Guimarães é, portanto, uma questão que envolve não apenas a análise da carta em si, mas também a maneira como essa mensagem foi recebida e interpretada. A doutrina espírita não fornece uma resposta definitiva para casos específicos, deixando espaço para que cada um interprete a comunicação à luz de seus próprios conhecimentos espirituais e sua confiança nos médiuns envolvidos.

Fonte: Metrópoles 

Fonte: TV Foco

Marcos Vinícius

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