Ilustração simbolizando o discernimento espiritual sobre o caráter das pessoas, conforme ensina a doutrina espírita.
A doutrina espírita, codificada por Allan Kardec, oferece uma abordagem clara, moral e educativa sobre o comportamento humano. Quando se trata de identificar pessoas de mau-caráter, o espiritismo não utiliza rótulos definitivos ou julgamentos condenatórios, mas sim orientações que nos permitem discernir o caráter por meio das atitudes, intenções e evolução espiritual dos indivíduos. Este artigo busca esclarecer, sob a ótica espírita, como reconhecer esses comportamentos, sempre com base na codificação espírita e nas obras complementares da doutrina.
No “Livro dos Espíritos”, especialmente nas questões 100 a 1019, encontramos que o caráter moral de um espírito está ligado ao seu grau de pureza, benevolência, humildade, e altruísmo. A doutrina ensina que todos os espíritos estão em constante processo de evolução e que o caráter é o reflexo desse estágio.
Portanto, uma pessoa considerada de “mau caráter” não é julgada eternamente como tal, mas sim vista como um espírito em fase menos adiantada de progresso moral.
O Espiritismo reconhece que há pessoas que agem com desonestidade, egoísmo, falsidade, crueldade ou indiferença ao sofrimento alheio. No entanto, a doutrina evita a condenação. Em vez disso, convida à compreensão de que essas atitudes derivam da inferioridade moral temporária do espírito.
O “Evangelho Segundo o Espiritismo” afirma, no capítulo IX (Bem-aventurados os brandos e pacíficos), que a verdadeira superioridade está na mansidão e na doçura, em contraste com os que cultivam orgulho, vaidade e maldade. Aí está uma chave de leitura para identificar comportamentos moralmente inferiores.
O Espiritismo nos oferece alguns critérios seguros para reconhecer os sinais de um caráter corrompido, sem entrar em julgamentos definitivos:
Segundo a doutrina, os espíritos mais elevados são aqueles que sentem a dor do outro como sua. A indiferença ou o prazer no sofrimento alheio é um forte indício de atraso moral.
Espíritos inferiores, conforme Kardec, tendem a enganar, distorcer fatos e manipular para obter vantagens. A frequência com que uma pessoa mente ou manipula os outros é um termômetro claro de seu caráter.
A soberba é vista como um dos maiores entraves ao progresso espiritual. Quem se julga superior, rebaixa os outros ou rejeita conselhos, está sob a influência do orgulho, característica recorrente nos espíritos pouco evoluídos.
No capítulo IX do “Evangelho Segundo o Espiritismo”, os impulsivos e coléricos são descritos como almas em sofrimento que, não dominando suas paixões, ferem os outros. A agressividade constante é um alerta.
No capítulo XI do “Evangelho Segundo o Espiritismo”, o egoísmo é apontado como a raiz de todos os males. Pessoas que agem apenas em causa própria, sem considerar o bem coletivo, revelam um caráter moralmente deficiente.
Espíritos que repetidamente violam as leis de convivência, exploram o próximo, prejudicam intencionalmente ou incitam o ódio, mostram clara resistência ao progresso espiritual.
O “Livro dos Médiuns” alerta que espíritos inferiores podem influenciar encarnados com tendências semelhantes. Isso não tira a responsabilidade do indivíduo, mas mostra que os maus hábitos são reforçados por essas companhias invisíveis. Assim, pessoas de mau caráter costumam estar sob influências espirituais negativas, pois sintonizam com essas faixas vibratórias.
O espiritismo é claro ao recomendar a caridade moral, mas também alerta sobre o cuidado com a influência negativa. O “Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. XXIII, ensina que devemos ajudar o próximo, mas sem sermos cúplices do erro.
Portanto, não se trata de rotular ou excluir, mas de manter o discernimento: amar o ser humano, mas não condescender com seus atos prejudiciais.
A melhor forma de não sermos afetados por pessoas de mau caráter é cultivar a própria elevação moral. A reforma íntima, segundo o espiritismo, é o caminho para atrair bons espíritos e repelir os maus. Pela prece, vigilância, estudo e boas obras, elevamos nossa sintonia espiritual.
A doutrina espírita não fornece um “manual” definitivo para identificar o mau caráter, mas oferece diretrizes claras, baseadas na moral ensinada por Jesus e elucidada pelos espíritos superiores. Não há lugar para o julgamento, mas sim para o discernimento e o cuidado.
Reconhecer atitudes reprováveis à luz do espiritismo é um exercício de sabedoria, com amor e responsabilidade. Acima de tudo, devemos lembrar que todos os espíritos estão a caminho da luz, mesmo aqueles que hoje ainda caminham nas sombras.
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