Imagem ilustrando a levitação associada ao estado de êxtase no espiritismo.
Você já se perguntou como é possível algumas pessoas levitarem sem nenhuma ajuda mecânica? O fenômeno da levitação tem fascinado estudiosos, místicos e espiritistas há séculos, suscitando debates entre o que é ciência e o que pertence ao campo do espiritual. Dentro do espiritismo, essa ocorrência é interpretada não apenas como uma manifestação exclusiva do corpo físico, mas como uma extensão do corpo espiritual e sua interação com planos superiores.
As chamadas extáticas são mulheres ou homens que, em estado de êxtase ou transe profundo, manifestam fenómenos como a levitação, movimento involuntário e comunicação com espíritos. Historicamente, relatos de levitação remontam à antiguidade, presentes em diversas culturas e tradições religiosas. No espiritismo, baseado nas obras de Allan Kardec, essas manifestações ganharam explicações mais sistematizadas.
Desde santos cristãos que, segundo relatos, levitavam durante momentos de intensa experiência espiritual, até médiuns que, em sessões, exibiam a elevação do corpo, o fenômeno desafia explicações comuns. Muitas vezes, as extáticas são pessoas sensíveis ao mundo espiritual, e sua levitação é vista como expressão física dessa sensibilidade. Este pano de fundo histórico esclarece o entrelaçamento entre fenômenos espirituais e culturais que cercam a levitação.
Além disso, o fenômeno foi documentado em diversos relatos espíritas do século XIX e XX, onde a levitação servia como evidência da existência da alma e sua liberdade em relação às limitações do corpo material.
Embora muitas pessoas atribuam a levitação a fenômenos sobrenaturais, a ciência busca explicações baseadas em física e neurociência. Alguns cientistas argumentam que a levitação física como descrita em relatos espirituais não encontra comprovação experimental e pode ser resultado de ilusões, truques ou estados alterados de consciência.
Outros estudos focam nas condições neurológicas que podem induzir sensações de elevação ou desprendimento do corpo. Por exemplo, o fenômeno chamado out-of-body experience (experiência fora do corpo) pode ser provocado por estimulação elétrica em certas regiões cerebrais. Embora isso não seja equivalente à levitação física, demonstra como o cérebro pode criar sensações de flutuação.
Mesmo assim, há especialistas que apontam para a necessidade de estudos rigorosos em ambientes controlados para testar fenômenos como a levitação e sua relação com o campo magnético ou bioenergético do ser humano, porém, até o momento, nenhum consenso foi estabelecido.
No espiritismo, o corpo físico é visto como um invólucro temporário da alma, o verdadeiro ser. Nesse entendimento, a levitação ocorre quando o perispírito—o corpo espiritual—se desliga parcialmente do físico, permitindo que o médium ou extática manifeste fenômenos além dos limites biológicos convencionais.
Allan Kardec, no Livro dos Médiuns, descreveu vários casos de levitação e destacou que esses fenômenos eram sinais da presença de espíritos influentes ou do desenvolvimento mediúnico. Segundo o espiritismo, o fenômeno não é sobrenatural, mas natural, ainda que raramente compreendido pela ciência atual.
Este movimento defende que a levitação deve ser estudada com mente aberta, buscando seu significado espiritual enquanto se respeita o método científico, pois, para o espiritismo, fenômenos como as extáticas reforçam a continuidade da vida após a morte e o progresso da alma.
As extáticas geralmente experimentam estados emocionais e psicológicos intensos antes ou durante a levitação. Esses estados podem incluir êxtase religioso, profunda concentração, ou transe mediúnico, nos quais o controle consciente do corpo físico diminui e o indivíduo se conecta com dimensões espirituais.
Do ponto de vista psicológico, esses momentos podem ser associados a dissociação, meditação profunda ou estados alterados de consciência, que facilitam experiências subjetivas de transcendência do corpo.
Espiritualmente, a levitação das extáticas é vista como uma prova do avanço espiritual e da purificação da alma. A prática constante de mediunidade e desenvolvimento moral são considerados fundamentais para alcançar tais manifestações, evidenciando que a levitação é uma consequência paralela do progresso interior.
Embora fascinantes, os estados de levitação e êxtase requerem cuidado, pois a desestabilização emocional ou física pode ocorrer. Orientações espirituais e acompanhamento médico são recomendados para evitar prejuízos à saúde mental e física.
Atualmente, tecnologias como sensores biomagnéticos e equipamentos de medição da atividade cerebral, como o Eletroencefalograma (EEG), são utilizadas para investigar estados alterados de consciência em médiuns e extáticos durante episódios de levitação.
Pesquisadores buscam identificar padrões específicos de ondas cerebrais e mudanças fisiológicas associadas à levitação, tentando encontrar evidências concretas para estudar a interface entre corpo e espírito. Esses estudos são pioneiros e ainda carecem de maior amplitude, mas são fundamentais para estabelecer um diálogo entre ciência e espiritualidade.
Além disso, movimentos acadêmicos de parapsicologia avançam na documentação histórica e na análise crítica dos relatos, valorizando relatos com bases empíricas, estimulando a pesquisa interdisciplinar.
Embora a levitação continue a ser tema de fascinação, ainda é encarada com ceticismo pela comunidade científica oficial, principalmente por dificuldades em reproduzir fenômenos em laboratórios. Já no campo da fé e do espiritismo, é uma demonstração clara da existência das dimensões espirituais e uma ferramenta de aprofundamento do estudo da alma.
Para o público geral, compreender a levitação como fenômeno multifacetado, que pode incluir elementos psicológicos, espirituais e culturais, é fundamental para evitar interpretações unilaterais e até sensacionalistas.
Assim, tanto a ciência quanto o espiritismo são chamados a se aproximar dialogicamente, valorizando a riqueza e complexidade das extáticas, respeitando suas singularidades e buscando conhecimento verdadeiro.
O fenômeno da levitação, manifestado pelas extáticas, permanece um dos mistérios mais fascinantes no encontro entre ciência, misticismo e espiritismo. Sejam elas experiências reais do corpo em voo ou representações simbólicas profundas da liberdade da alma, essas manifestações nos convidam a ampliar a percepção do que é possível para o ser humano.
Ao atravessar o limiar entre o visível e o invisível, a levitação torna-se um símbolo da conexão intrínseca entre matéria e espírito, revelando que a compreensão do mundo vai muito além dos sentidos comuns. Isso reforça a necessidade de estudos integrativos e respeito aos diferentes saberes, para que possamos avançar rumo a uma visão mais completa da existência.
Portanto, as extáticas e seu fenômeno de levitação permanecem um convite à investigação profunda, à reflexão espiritual e à abertura da mente para o que, ainda, desafia nossa compreensão.
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